Incra terá ajuda do Exército para identificar ocupantes ilegais de terras públicas no Pará

20/07/2005 - 10h34

Rosamélia de Abreu
Repórter da Voz do Brasil

Brasília - O Exército vai ajudar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a identificar os ocupantes ilegais de terras públicas no Pará. A partir de agosto, 70 equipes de técnicos do Incra e do Exército começam a fazer o cadastramento dos ocupantes das áreas. O Incra vai repassar R$ 2,5 milhões ao Exército, que serão utilizados no pagamento de diárias, em material de consumo e na locomoção das equipes.

O levantamento será realizado nos municípios de Santarém, Trairão, Aveiro, Belterra, Placas, Rurópolis, Altamira, Rondon do Pará, Marabá, Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins e Nova Ipixuna. Um total de oito milhões de hectares vão ser vistoriados na operação até o final do ano. Para facilitar o trabalho, serão montadas bases nas cidades de Marabá, Tucuruí e Conceição do Araguaia.

De acordo com o presidente do Incra, Rolf Hackbart, a ocupação ilegal de terras na Amazônia é um problema grave. Ele informa que o objetivo do levantamento é identificar o uso para que o Incra possa, posteriormente, destinar essas áreas para assentamento, para uma reserva indígena ou para a instalação de pólos de desenvolvimento. "Nosso objetivo é dar legalidade para que se tenha paz, produção e desenvolvimento sustentável na região", garante Hackbart.

De acordo com o presidente do Incra, grande parte dos 110 milhões de hectares da União na Amazônia Legal é ocupada de forma irregular. Esses 110 milhões de hectares não estão desocupados e a ocupação é irregular. Desde pequenos posseiros, comunidade tradicionais, até grandes posseiros estão ilegalmente nessa área", informa Hackbart.

Segundo Hackbart, o Incra está regularizando todas as posses em terras da União na Amazônia até 100 hectares, além de referendar todos os documentos emitidos pelo instituto no passado, desde que a outra parte tenha cumprido os termos do acordo de concessão da terra. Agora, o trabalho do Incra será identificar o uso das terras da União.