Especial 3 - Projeto pode gerar mais de 250 mil empregos diretos, avalia ministério

20/07/2005 - 12h44

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O custo das obras de integração do São Francisco às bacias do Nordeste setentrional é tão vultoso quanto os números do "rio da integração nacional". De acordo com responsável pela controladoria técnica do programa no ministério da Integração Nacional, Francisco Sarmento, o investimento final do projeto será de aproximadamente R$ 4,5 bilhões. "No orçamento deste ano, está previsto algo em torno de R$ 600 milhões para a execução das obras", revela.

Todo esse gasto deverá compensar, segundo ele. Para Sarmento, "a irrigação no Nordeste é alternativa para superar o subdesenvolvimento e chegar ao desenvolvimento sustentável pleno". Ele afirma que mais de 140 mil hectares de terra poderão ser irrigados após a integração, "mas o que é mais importante é que a água usada para fins econômicos será aquela que exceder no São Francisco. Ou seja, aquela que não pode ser usada, sequer, para a produção de energia", diz ele. De acordo com o coordenador, a indústria, a agricultura e a pesca serão os setores mais beneficiados pelo projeto.

O nível de emprego nas regiões onde ocorrerão as obras (Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará) também deve aumentar. "Só na fase de implantação do projeto, mais de 250 mil empregos podem ser criados nas regiões. Além disso, boa parte do dinheiro gasto nesta implementação será injetado na economia local, gerando a sustentabilidade hídrica tão restritiva ao nordeste setentrional em um futuro próximo", relata.

Tantas vantagens motivaram o apoio das populações atingidas pelo projeto, como conta Sarmento. "É importante ressaltar que as comunidades impactadas pela obra são favoráveis a ela. Os habitantes entendem a perspectiva de geração de emprego e renda", diz.

Ele acrescenta, ainda, que o ministro Ciro Gomes esteve recentemente na região da Ilha de Assunção (Pernambuco), local que será beneficiado pela integração. Lá, ele determinou a construção de casas, pavimentação de estradas e outras benfeitorias indicadas pelos moradores locais. Mas Sarmento afirma: "Não existe barganha ou contrapartida por parte do governo federal para as comunidades que serão atingidas pelo projeto. O ministro simplesmente entendeu que eram benefícios importantes que há muito tempo a comunidade reivindicava e o ministério deu início a sua execução", explica.