Entidades empresariais de SP manifestam descontentamento com decisão do Copom

20/07/2005 - 20h07

São Paulo, 20/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - Em comunicados divulgados por e-mail ou em sites oficiais, algumas das principais entidades da classe empresarial paulista criticaram a decisão do Comitê de Política Monetária de manter a taxa básica de juros (Selic) em 19,75% ano ano.

A nota da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirma que "cada vez mais o Banco Central mostra o quanto é conservador" e explica que "manter a taxa no nível atual afugenta novos investimentos e coloca o Brasil numa situação de risco desnecessária, já que todos os índices de inflação, tanto no atacado como no varejo, apresentaram significativas quedas". Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, citado na nota, "precisamos sim, e o quanto antes, recuperar a infra-estrutura abandonada há bastante tempo. Para tanto, é preciso investir e com os juros tão altos isso se torna impossível".

A Confederação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) também define a manutenção da taxa de "conservadorismo" e diz, em sua nota, que "os sinais são claros, mas o Copom prefere não enxergar". Acrescenta que "essa novela da taxas de juros nas nuvens é uma reprise da pior qualidade" e que "nós continuamos a afirmar que os juros deveriam cair fortemente e já". E defende uma redução de "pelo menos um ponto percentual para que pudéssemos salvar o segundo semestre".

Na nota divulgada pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP), a avaliação é de que "há espaço suficiente para a queda da taxa". A entidade diz esperar "redução de pelo menos 0,5 ponto percentual em agosto" e afirma que "a dose de juro se provou excessiva, já que os efeitos deflacionários vistos nas últimas semanas não são outros que os da política monetária
exageradamente conservadora de muitos meses". Assinada pelo presidente da Fecomércio-SP, Abram Szajman, a nota lembra ainda que a manutenção do juro básico freia o comércio pois "o crédito é um instrumento importante para permitir ao consumidor o acesso aos bens. Mas o custo dele está tão alto que seu efeito tem sido o contrário".