Danielle Coimbra
Da Agência Brasil
Brasília – Desde o ano de 2000, o café vive uma de suas maiores crises de preço. Para discutir ações que permitam mudar essa situação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai realizar a segunda Conferência Mundial do Café, entre os dias 23 e 25 de setembro, em Salvador.
Com o aumento da produção em todo o mundo e o surgimento de novos países produtores, houve um desequilíbrio de oferta e demanda do produto. Os preços internacionais da saca de café, que na década de 90 chegavam a US$ 12 bilhões, tiveram uma queda entre 50% e 86%, ou seja, as vendas caíram para aproximadamente US$ 5 bilhões de dólares anuais.
Coordenador da conferência, o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues disse que uma das formas de acabar com a crise é ter garantias de um mercado regular e tranqüilo. "O projeto é harmonizar a cadeia produtiva, dentro de cada país, com outros produtores e com os consumidores para gerar um sistema articulado ao longo da história". O ministro afirmou ainda a importância de o Brasil sediar a Conferência. "Nossa proposta é desenhar um projeto sustentável para a cafeicultura mundial, num país no qual oito milhões de pessoas dependem da cafeicultura".
O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Humberto Santa Cruz, enfatizou a importância de se criar condições para que todos os produtores brasileiros de café possam competir no mercado. "O Brasil tem uma produtividade alta, que utiliza tecnologia de ponta. Temos um campo muito grande, principalmente por sermos o maior produtor de café no mundo e o segundo país consumidor", disse.
A 2ª Conferência Mundial do Café é promovida pelo Ministério, em parceria com a Organização Internacional do Café (OIC) e deverá reunir cerca de mil participantes, entre delegações de países exportadores e importadores e representantes da iniciativa privada. Dentre os órgãos participantes do Comitê Assessor, estão o Ministério da Agricultura, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil, a Bancada Parlamentar do Agronegócio do Café, da Câmara dos Deputados, e a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).