Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Termina hoje (19) o prazo concedido pelo governo federal para que os servidores da seguridade social e do Instituto nacional do Seguro social (INSS) aceitem ou rejeitem a proposta apresentada aos sindicatos e acertem a volta ao trabalho, após uma paralisação que já dura 46 dias. No Paraná, entretanto, a decisão só será conhecida amanhã (20), após a assembléia do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Ação Social do Paraná (Sindprevs).
Segundo o diretor do Sindprevs, Nelson Malinowski, há um consenso entre os servidores de que a greve será mantida até que o governo apresente uma proposta em que a gratificação de desempenho seja dada a todos os servidores na ativa e aposentados. "Não vamos aceitar aumentos diferenciados conforme produtividade, isso não é justo", afirmou. O diretor disse que, quando o governo propõe que as avaliações sejam feitas pelas chefias, não está levando em consideração a possibilidade de haver discriminações ou perseguições.
Ele disse que outro assunto que preocupa no Paraná são as multas que estão sendo computadas pela Justiça Federal. Vigora desde o dia 20 de junho uma determinação judicial ordenando a manutenção de um terço dos trabalhadores em cada posto do INSS em todo o estado. Mas esse sistema de avaliação gera dúvidas, "pois algumas agências pequenas do interior estão com as portas fechadas, mas mantendo atendimento de emergência".
"Quando a superintendência informa o número de agências que estão funcionando, esse tipo de atendimento não aparece", afirmou. Com isso, as multas já ultrapassam R$ 300 mil. Para o diretor, basta ver o índice geral de adesão, já que pouco mais de 20% mantém a greve no estado, ficando evidente a obediência à determinação da Justiça.
Para a Superintendência do INSS, a greve está estacionada. São 28 agências atendendo parcialmente e 24 funcionando normalmente. A adesão hoje é de 20,94 %. De um total de 1.623 servidores lotados no estado, apenas 340 não estão trabalhando.