Valtemir Rodrigues
Da Voz do Brasil
Brasília - Está marcado para amanhã (20) o início das aulas do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJoven), da Secretaria Especial da Presidência, em mais duas capitais brasileiras: Recife e Porto Velho. Em Recife estão cadastrados 1,2 mil jovens, enquanto em Porto Velho estão previstos 2,4 mil beneficiários. O programa se destina a jovens entre 18 e 24 anos que terminaram a 4ª série e não concluíram o ensino fundamental e estão desempregados.
De acordo com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, o programa vai beneficiar os jovens desempregados das grandes cidades que vivem em situação de risco social. Em entrevista coletiva transmitida hoje (19) pela Rádio Nacional para todo o Brasil, o ministro disse que a idéia do programa é trabalhar para que o jovem seja uma solução e não um problema.
"Queremos tratar dos jovens como solução e não como problema. Não é ter medo do jovem, o jovem quando tem oportunidade, sempre contribui, por mais pobre, mais carente, que seja", afirmou. Segundo Dulci, a energia do jovem é sempre generosa, positiva, desde que ele tenha oportunidade. "Quando não tem oportunidade, às vezes ele é empurrado para coisas ruins para a comunidade e ruins para ele próprio", disse Dulci.
Segundo o ministro, a idéia é capacitar os jovens para o mercado de trabalho. "Estamos pegando jovens que precisam de escolaridade geral, estão desempregados, não têm formação profissional, não fizeram nenhum curso de informática, ou seja, são jovens que estão em situação de risco", disse. Ele ressaltou também que essas pessoas são geralmente atraídas para o tráfico de drogas e a criminalidade.
De acordo com o ministro, o melhor caminho para conseguir um bom emprego é ter uma boa formação profissional. No ProJovem, os beneficiários concluem o ensino fundamental, têm aulas de inglês, informática e formação profissional, por um ano. Além disso, eles recebem uma bolsa no valor de R$ 100,00 para prestar serviços na comunidade em que vivem.
O programa é coordenado pela Secretaria Especial da Presidência da República e mantém parceria com os ministérios da Educação, do Trabalho, do Desenvolvimento Social, além das prefeituras das capitais atendidas. Atualmente o programa oferece 80 tipos de cursos profissionalizantes, adequados à realidade de cada localidade.
O orçamento aprovado pelo Congresso para o programa neste ano foi de R$ 300 milhões, o que permitirá atender 200 mil jovens. Para 2006, a expectativa é dobrar o numero de beneficiados.
O Brasil tem 48 milhões de habitantes na faixa etária que a Organização das Nações Unidas define como juventude: entre 15 e 29 anos. Desse total, 34 milhões têm entre 15 e 24 anos e aparecem nas pesquisas como as maiores vítimas do desemprego, da evasão escolar, da falta de formação profissional, de mortes por homicídio, de envolvimento com drogas e com a criminalidade. O ProJovem, criado em fevereiro deste ano, é a primeira iniciativa para atender essa faixa etária.
