Presidente do Senado defende grupo de sub-relatores das CPIs para troca de informações

19/07/2005 - 15h39

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu a criação de um "colegiado" de sub-relatores para que as comissões parlamentares de inquérito possam trocar as informações recolhidas nas diversas frentes de investigação. "Esse colégio poderia operar uma espécie de intercâmbio para disponibilizar as informações obtidas, isso evitaria redundância e superposição nas investigações. Apesar dos fatos determinados serem diferentes há uma convergência entre personagens", destacou.

Em entrevista coletiva após o anúncio dos integrantes da CPI que investiga a compra de votos, Renan disse que, se for necessário contratar peritos contábeis, bancários e auditores tributários para dar mais agilidade e qualidade às investigações, ele dará total apoio para que isso aconteça. "Se pudermos requisitar esses profissionais de outros órgãos sem custo será melhor. Mas, se tivermos que pagar o preço pela contratação nós vamos pagar", afirmou.

Segundo presidente do Senado, as comissões têm se reunido duas vezes por semana para colher depoimentos, freqüência que, para ele, é insuficiente. "A partir de agora, não temos que compatibilizar o funcionamento das comissões com as pauta do Senado e da Câmara. Há uma disponibilidade maior de tempo para o avanço das investigações. É importante que as comissões possam ouvir mais pessoas e realizar mais reuniões administrativas para dar as respostas que a sociedade quer".

Também preocupado com o tempo da análise e desenvolvimento das CPIs, o senador Leonel Pavan (PSDB-SC) afirmou, no plenário do senado, que as investigações devem se estender até o ano que vem. "Infelizmente não conseguiremos apurar tudo esse ano, vai acabar ido para o ano que vem, que é ano eleitoral, porque três meses não resolvem".

Indagado sobre a possibilidade das investigações se arrastarem até 2006, Renan Calheiros disse que a preocupação é dar respostas rápidas às denúncias. Mas, de acordo com o presidente do Senado, as investigações não atrapalharam os trabalhos da Casa. "O Senado votou tudo que estava pronto para votar. Nós nos reunimos 108 vezes em sessões deliberativas durante o semestre e votamos 1062 matérias. Apesar das CPI’s, o Senado manteve a normalidade e produtividade".