Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A exemplo do deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), os deputados petistas Wasny de Roure (DF) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (SP) protocolaram na Mesa Diretora da Câmara representações que pedem a cassação do líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), por quebra de decoro parlamentar.
Na última quinta-feira (14), Rodrigo Maia tornou público um cruzamento feito por sua assessoria dos dados de pessoas que estiveram no Banco Rural, em Brasília, com nomes de funcionários da Câmara que foram à agência no mesmo período - onde supostamente eram sacados os recursos para o pagamento do "mensalão", conforme apontamento do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O levantamento de Rodrigo Maia apontou que funcionários e parentes de nove parlamentares petistas estiveram na agência do Banco Rural entre 2003 e 2004, entre eles Wasny de Roure, Vicentinho e Sigmaringa Seixas.
Vicentinho foi o último a protocolar a representação contra Rodrigo Maia. Na avaliação do petista, a divulgação "foi irresponsável e inaceitável". "A atitude do deputado Rodrigo Maia deveria ser, antes de tudo, me consultar. Não o fez. Com isso, caracteriza-se um gesto irresponsável, maldoso, quebrando assim o decoro parlamentar. Não aceito sequer trocar a minha biografia com a dele", disse.
Vicentinho esclareceu que o nome do funcionário Jair dos Santos, divulgado por Rodrigo Maia como seu suposto funcionário, na realidade é um homônimo do integrante de seu gabinete. O deputado confirmou que efetivamente possui em sua equipe de assessoria um colaborador chamado Jair dos Santos, mas que ele mora em São Paulo e teve a identidade expedida na capital paulista. O Jair dos Santos que esteve no Banco Rural, segundo Vicentinho, tem identidade emitida no estado do Pará.
O deputado petista também diz que vai interpelar judicialmente a Rede Globo de Televisão, que veiculou a matéria com as informações de Rodrigo Maia, assim como o Jornal Correio Braziliense. "A TV Gobo não nos consultou, nem minha assessoria, antes da veiculação da matéria no Jornal Nacional. Já o Correio Braziliense, mesmo sabendo anteriormente que a informação era falsa, ainda a publicou", disse Vicentinho.
O deputado Wasny de Roure protocolou ontem a sua representação contra Rodrigo Maia. No documento, alega que o parlamentar abusou das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional. "Ele perpetrou ofensa moral gravíssima a parlamentar que nenhuma irregularidade cometeu, que não foi responsável pelo evento noticiado e que sequer ocupou à época dos fatos narrados cadeira de deputado federal", ressaltou o advogado de Wasny, Josué Pinheiro de Mendonça.
