Feira Internacional de Calçados quer dar arrancada nas vendas anuais do setor

19/07/2005 - 15h45

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A 37ª Feira Internacional de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes – Francal, aberta hoje (19) em São Paulo com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, é considerada a arrancada do período de vendas do setor de couros e calçados. A feira não é aberta ao público em geral e reunirá, até o dia 22, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, cerca de mil expositores entre fabricantes de calçados, bolsas, malas e mochilas, acessórios de moda, máquinas, equipamentos e componentes.

São esperados 3 mil compradores internacionais de mais de 100 países e 60 mil profissionais de todo o país. O Brasil é o terceiro maior fabricante mundial de calçados.

A Francal concentra os negócios do setor coureiro-calçadista para a temporada primavera-verão. Segundo estimativas da organização da feira, os negócios gerados nos 4 dias de feira representam de 3 a 4 meses de produção e 9 meses de vendas para as empresas participantes. O país possui um parque fabril de 7,5 mil indústrias no segmento, que geram 300 mil empregos diretos e produzem 775 milhões de pares de calçados por ano. Além do Rio Grande do Sul, tradicional pólo calçadista, o mapa da indústria inclui outros 13 estados, com destaque para o interior de São Paulo (cidades de Jaú, Franca e Birigui) e estados emergentes, como Ceará e Bahia. Há também crescimento na produção de calçados em Santa Catarina (região de São João Batista) e em Minas Gerais (região de Nova Serrana).

O calçado é o terceiro item da pauta de exportações da indústria brasileira. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o país exporta anualmente em torno de 212 milhões de pares de calçados para mais de 100 países – os Estados Unidos respondem por 50% deste volume. Em 2004, as vendas para o mercado externo totalizaram US$ 1,809 bilhão. A meta era chegar a US$ 2 bilhões em 2005 e aumentar em 6% a base exportadora brasileira com a ajuda da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), responsável pelo projeto de inserção internacional denominado Brazilian Footwear. Este prevê investimentos públicos e privados de R$ 25,5 milhões em ações de promoção comercial ao longo de 2005.

O setor exportador calçadista, porém, é um dos que tem perdido receitas com a valorização do Real frente ao dólar. No acumulado do primeiro semestre, o volume de calçados embarcados caiu 9% em relação ao mesmo período do ano passado (103 milhões de pares, contra 113 milhões em 2004), de acordo com a Abicalçados. O faturamento com exportações, porém, permanece em alta graças ao aumento do valor agregado dos produtos brasileiros. Este segmento permite readequação de preços e tem, entre os principais compradores também o Reino Unido, Alemanha, Canadá, Itália, Chile e Holanda. Com aumento de 20% no preço médio do calçado (vendido a US$ 8,94, em média, o par), as vendas para o mercado externo geraram uma receita de US$ 921,4 milhões de janeiro a junho deste ano, 9% a mais que no primeiro semestre de 2004.