Recriação da Sudene é tema de debate em Fortaleza

18/07/2005 - 12h17

Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil

Fortaleza - A criação e a recriação da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) marcaram os debates no primeiro Painel do Fórum BnB de Desenvolvimento, na sede do Banco do Nordeste.

Para Paul Singer, secretário nacional da Economia Solidária, no Ministério do Trabalho, o papel da Sudene foi fundamental no desenvolvimento não apenas econômico do Nordeste. Ele citou como exemplo a mais antiga experiência de auto-gestão em funcionamento no Brasil, que é a Usina Catende em Pernambuco, iniciada em 1995.

Portanto, segundo ele, a Sudene não existiu apenas em função dos subsídios que concedia, subsídios esses que, na opinião dele, já não são tão necessários, uma vez que há um fluxo de investimentos girando dentro da própria economia nordestina.

Já o economista Cesare Galvan observou que "a reconstrução da Sudene se dará em moldes diferentes daquilo que já era". "Teremos ainda muito trabalho de politicos e de economistas e de politica economica a ser construido", disse.

Segundo Galvan, a história da Sudene "infelizmente" é uma história de construção interrompida em varios momentos. Ele lembrou, porém, que nem sempre isso foi ruim, observando que durante o regime militar a Sudene experimentou um grau de desenvolvimento, ainda que com "o agravamento dos problemas apontados por Celso Furtado" (economista responsável pela criação da superintendência).

Galvan acrescentou que, nessa mesma época, foi feito um esforço no sentido de mudar o enfoque do desenvolvimento brasileiro. O economista observou que nesse período foi que "colocaram um S no BNDE". Foi uma referência à mudança de nome do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, ocorrida em 1982.