Karina Cardoso
Da Agência Brasil
Brasília – A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu hoje (18) um relatório a favor da redemocratização da internet. O documento foi elaborado por 40 peritos, convocados pela ONU, depois de um ano de estudos e pesquisas.
Atualmente, todos os endereços de páginas eletrônicas do mundo são administrados, em última instância, pela Corporação para a Atribuição de Nomes e Números na Internet (Icann, pela sigla em inglês). Trata-se de uma instituição privada sem fins lucrativos, sediada na Califórnia, Estados Unidos.
Ano passado, a administração da internet pela Icann foi criticada durante a Cúpula da Sociedade da Informação, em Genebra. Alguns países exigiram que a rede fosse gerida por uma nova entidade internacional, que seria ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os vários governos que pediram a mudança, estavam China, Brasil, Índia e Quênia.
"A internet é o bem-chave para o crescimento da economia e da educação. Ela é essencial para o desenvolvimento e inserção de países como o Brasil", afirma Paulo Lima, diretor executivo da organização não-governamental Rede de Informações do Terceiro Setor (Rits). Paulo Lima acredita que a internet deve ser compreendida como um bem público e que, por esse motivo, não deve ficar sob monopólio de um único país.
O domínio da internet, segundo Paulo Lima, também traz efeitos negativos nos custos das bandas. Ele afirmou que os países da América Latina chegam a pagar 14 vezes a mais pelo serviço, uma vez que eles são originários dos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira, 191 países da ONU iniciaram um debate sobre o relatório apresentado. Em novembro acontecerá a segunda fase da Cúpula Internacional da Sociedade da Informação, onde o diretor acredita que a decisão sobre a democratização da internet deverá ser anunciada.