Ministro diz que sentiu impulso reformista nas conversas sobre Conselho de Segurança da ONU

18/07/2005 - 13h28

Luciana Vasconcelos
Enviada especial

Nova Iorque (EUA) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que sentiu "um impulso reformista" durante os encontros quer manteve em Nova Iorque para tratar da reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Hoje, ele esteve com o presidente da 59ª Assembléia Geral das Nações Unidas, Jean Ping, e com o presidente eleito da 60ª Assembléia, Jean Eliasson, que vai tomar posse em setembro. No domingo, os ministros do G4 - formado por Brasil Índia Japão e Alemanha - se encontraram com o secretário geral da ONU, Kofi Annan.

"Claro que eles têm que ser imparciais. Mas há um desejo de ver a reforma acontecer, de modo que estou otimista", disse Amorim, embora reconhecendo que a reforma não é um processo fácil. "É difícil mudar a Constituição no Brasil, agora, você imagina a Carta das Nações Unidas, que envolve 190 países. Não é uma coisa simples, mas acho que há consciência da legitimidade do que se está buscando, que é tornar o Conselho de Segurança um órgão mais equilibrado", afirmou.

Amorim destacou o encontro que o G4 teve no domingo com a União Africana. "Eles permitiram criar um mecanismo que vai compatibilizar as duas resoluções", disse. O ministro disse que houve concordância generalizada de que os pontos em comum são maiores do que as diferenças. "A questão agora é ver se, no curto espaço de tempo que temos, conseguimos chegar realmente a um acordo sobre esse ponto de diferença. Acho que é possível, a disposição política existe".

Um grupo técnico formado por integrantes do G4 e da União Africana analisa a proposta de reforma e, no dia 25, os ministros voltam a se encontrar para avaliar o trabalho. O local do encontro ainda será definido.

A expectativa é de que a proposta de reforma seja votada ainda neste mês na Assembléia Geral da ONU. A proposta do G4 prevê o aumento de 15 para 25 o número de integrantes do Conselho de Segurança e sugere que se aumente o número de assentos permanentes, que hoje é de cinco países – Estados Unidos, China, Rússia, França e Inglaterra. A sugestão é abrir mais seis vagas, uma para um país da América, mais uma para a Europa, duas para a Ásia e duas para a África. Os países do G4 pleiteiam vagas.

Para a reforma ser aprovada é preciso o aval de dois terços dos países da Assembléia da ONU, ou seja, 128 votos.