Estudantes ligados ao MST fazem protesto em Recife por liberação de recursos para educação

18/07/2005 - 11h17

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - Cerca de 190 estudantes de 30 áreas de assentamento ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) montaram hoje uma escola, no pátio externo da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Durante todo o dia os estudantes vão participar, na sala improvisada, de palestras sobre educação e saúde no campo com professores, especialistas e deputados estaduais.

De acordo com a coordenadora do setor de educação do MST, Rubneusa Souza, essa foi a forma que os jovens encontraram para protestar contra o atraso na liberação dos recursos dos convênios do Programa Nacional de Educação e Reforma Agrária (Pronera). Segundo ela, a verba destinada ao pagamento de professores, material didático, alimentação estadia para estudantes dos cursos de enfermagem, pedagogia e magistério, está retida na procuradoria do Incra.

Rubneusa disse que os participantes dos cursos técnicos iniciados no ano passado concluíram o primeiro dos sete módulos do programa, mas ficaram impedidos de prosseguir os estudos, por causa do atraso nos repasses para a Universidade de Pernambuco, parceira do projeto. "O montante que deveria ter sido liberado é de R$ 500 mil, sendo R$ 120 mil para o curso de magistério, R$ 150 mil destinado ao de pedagogia e R$ 230 mil para custear o de técnico de enfermagem", observou.

A Assessoria de Imprensa do Incra informou que a superintendente do instituto, Maria de Oliveira, está fazendo um levantamento dos processos pendentes, com técnicos do Departamento Jurídico e que à tarde vai anunciar os procedimentos a serem adotados para agilizar a liberação das verbas.