Elevação do Brasil a 14ª economia do mundo se deve à valorização do Real, diz economista do Ipea

18/07/2005 - 14h58

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – "A notícia é super interessante para o grande público. É um dado que as pessoas em geral prestam atenção e serve para instruir, educar, situar o Brasil no mundo", avalia Armando Castelar, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas, para ele, a elevação da 15ª para a 14ª posição do Brasil no ranking dos países mais ricos do mundo é resultado do bom desempenho da economia nacional no ano passado e da valorização da moeda (Real) em relação a 2003. O levantamento elaborado pelo Banco Mundial, foi anunciado semana passada.

Castelar acredita que esse diagnóstico traz conseqüências pequenas à economia nacional. "É mais uma questão de educação, de instrução, do que propriamente em termos de repercussões", avalia.

Para ele, o próximo relatório do Banco Mundial, referente a 2005, deverá indicar nova ascensão do Brasil. "O câmbio se apreciou muito do ano passado para este ano. Então, o PIB em dólar vai subir". Em 1998, o Brasil chegou a ocupar a 8ª posição no ranking dos países mais ricos, com PIB de US$ 788 bilhões. A queda pode ser explicada, segundo analisou Armando Castelar, pela depreciação da taxa de câmbio a partir daquela data.

O economista disse ainda que o bom desempenho do México (que caiu de 10ª para 12ª posição) em relação ao Brasil deve-se ao acordo do Nafta (área de livre comércio dos países da América do Norte) e à disciplina fiscal. Já a Índia (que entrou para a lista dos 10 países mais ricos do mundo), avaliou Castelar, fez reformas importantes e tem registrou crescimento econômico nos últimos dez anos.

De acordo com o relatório do Bird, o PIB (soma de tudo que se produz no país) brasileiro em dólar atingiu U$ 604,855 bilhões no ano passado, contra U$ 676 bilhões do México e U$ 691,8 bilhões da Índia.