Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - As exportações do Rio de Janeiro totalizaram no último mês de junho receita de U$ 381,9 milhões, mostrando queda de 42,9% em relação a maio. Na comparação com junho do ano passado, a retração foi de 2,4%. Os números foram divulgados pela Câmara de Comércio e Indústria do Estado do Rio de Janeiro (Caerj).
O pesquisador da Caerj Mário Augusto Scangarelli atribuiu à redução das vendas de petróleo o resultado registrado na balança comercial fluminense em junho. Segundo ele, "o óleo bruto de petróleo, principal produto da pauta exportadora fluminense, caiu nos 6 primeiros meses de 2005 em torno de 2% em relação a igual período do ano passado". Scangarelli observa, ainda, que "só no comparativo com maio deste ano, ele caiu mais de 1.200%. Isto é, ele tinha uma venda de U$ 330 milhões em maio e em junho apresentou U$ 23,4 milhões, uma diminuição assustadora. Não houve praticamente venda desse produto, que é o item principal da pauta".
Na análise da Câmara de Comércio e Indústria do Estado do Rio de Janeiro, o cambio não foi o vilão das exportações, uma vez que a importação de petróleo também diminuiu no período. Segundo Mário Scangarelli, a responsabilidade cabe aos contratos da Petrobrás que foram muito bons no início do ano e agora estão sendo revistos. "Para a balança, quando o preço do petróleo no mercado externo aumenta, isso significa que vamos ter condição de chegar a superávit. Quanto mais óleo de petróleo a gente exporta, se o preço do barril aumenta, a gente tem valor agregado para ter uma balança comercial positiva".
Apesar da retração observada em junho nas exportações, o acumulado do ano mostra incremento nos embarques ao exterior de 17%, alcançando U$ 3,19 bilhões. A expectativa da entidade é que a balança comercial fluminense feche o ano com superávit de U$ 30 milhões .Scangarelli considera que essa meta poderá ser atingida com tranqüilidade, tendo em vista que os meses de março, abril e maio registraram três superávits seguidos (U$ 67,2 milhões, U$ 169,5 milhões e U$ 22 milhões, respectivamente).
No ano passado, o superávit comercial do Estado do Rio foi de U$ 600 milhões. O resultado incluiu, todavia, a exportação de 2 plataformas de petróleo, fato que não está previsto para se repetir em 2005, lembrou Scangarelli. "Então, vamos ter aí menos U$ 2 bilhões proporcionados por essas 2 plataformas que foram exportadas para a Holanda". A Caerj é uma entidade que atua na área de comércio exterior há 28 anos e elabora pesquisas para o governo e representações diplomáticas dos principais países que efetuam negócios de compra e venda com o Estado.