Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – Embora o preço do urânio no mercado internacional tenha subido de U$ 10,00 para U$ 30,00 a libra nos dois últimos anos, o diretor de Recursos Minerais, da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Guilherme Camargo, avalia que deve ser pequeno o reflexo no preço da energia elétrica. "Como é uma energia muito concentrada, o custo do urânio afeta muito pouco o custo final do kw/hora de geração". Isso significa que três caminhões de 10 toneladas de urânio são suficientes para suprir energia equivalente a 11 navios transportando carvão. Por isso, diz Camargo, países como o Japão estão investindo em energia nuclear.
Com exceção da etapa de conversão de urânio, que representa 5% do valor, o Brasil possui conhecimento tecnológico sobre todas as fases do ciclo desse combustível. Segundo Camargo, a Marinha detém "know-how" para realizar a operação, mas por uma questão econômica uma planta de conversão ainda não foi implantada.
Hoje, 53% do combustível nuclear são fabricados no Brasil e 47% importados, aí incluídas as etapas de enriquecimento e conversão. Guilherme Camargo afirma, entretanto, que o país planeja ser totalmente auto-suficiente nessa área. As reservas de urânio no Brasil totalizam 309,3 mil toneladas, em 25% do território nacional, sendo as principais jazidas as minas de Lagoa Real e Itataia.