Comparação entre riqueza dos países é "exercício limitado", considera diretor do Ipea

17/07/2005 - 8h58

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A melhora na classificação brasileira deve ser vista com reservas, segundo Luís Fernando Lara Resende, coordenador da Diretoria de Estudos Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para ele, o ranking pode apresentar um resultado final distorcido em razão de ser construído com base na moeda norte-americana.

"Acho que é importante deixar claro as limitações desse tipo de comparação. É um exercício limitado. Porque os países flutuam no ranking dependendo muito da taxa cambial. Essa questão de ser a 14ª, a 15ª depende do valor da moeda de cada nação", disse.

Ele explica que se em um país o dólar desvalorizar 100%, seu crescimento econômico vai falsamente aumentar 100% em dólar sem, na realidade, ter crescido em relação à moeda local. Para ele, independente do crescimento que a economia brasileira venha a ter neste ano, poderá apresentar um resultado positivo em dólar, já que a moeda americana está desvalorizada no país.
Segundo Resende, a medição tradicional do crescimento do PIB, ou seja, o quanto em porcentagem a economia do país cresceu de um ano para outro, é um método mais adequado para registrar o aumento da economia. E serve como um bom indicador da redução da pobreza no país. "O crescimento do PIB gera redução da pobreza", analisa.