Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Antes de embarcar para o Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu ao presidente francês, Jaques Chirac, pelo apoio "firme" que tem dado ao Brasil, em especial à reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Lula também se disse grato pelo empenho do governo francês na luta contra a fome e a miséria.
Lula, ao falar com a imprensa brasileira e estrangeira em Paris, disse que sua visita à França foi promissora. Além de acordos bilaterais, ele informou que foi discutida a necessidade de Brasil e França criarem, juntos, um grupo de trabalho para pensar políticas para a África.
Os governos dos dois países firmaram acordos de cooperação nas áreas de energia e tecnologia e também para a construção da ponte sobre o rio Oiapoque, que vai ligar o Amapá à Guiana Francesa.
Lula disse acreditar que os dois países podem fazer muito mais em termos de cooperações mútuas e destacou que ter um volume comercial de US$ 4 bilhões "é muito pouco para um país do tamanho da França e para um país do tamanho do Brasil".
Sobre a ponte que vai ligar o Amapá à Guiana Francesa, Lula disse estar convencido de que este empreendimento "será para a história da França e para a história do Brasil um passo extremamente importante, pois colocará o Brasil numa fronteira direta, de 700 quilômetros, com um dos países mais importantes da Europa, e coloca um país da Europa numa fronteira com o mais importante país da América do Sul".
Na área de energia, Lula disse que o Brasil vai convencer os franceses de que o etanol "é a grande saída para um combustível alternativo". Ele convidou os franceses para que sejam parceiros na questão da produção do biodiesel.
"Eu acho que o mundo caminha para não ficar dependente de um combustível fóssil, ou seja, nós achamos que o combustível renovável gera mais emprego, gera crédito de carbono para os países pobres, gera mais riqueza e gera mais independência para todos nós", afirmou.
Lula, antes de deixar a França, agradeceu ao carinho dos franceses e disse ter sido "gratificante" participar do 14 de julho, assistir à queima de fogos na torre Eiffel e saber que "a França cada vez mais desperta interesse pelo Brasil e que os brasileiros despertam interesse pela França".