Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - O economista da Coordenação de Indústria do IBGE André Macedo diz que o crescimento de 2% no emprego industrial de maio deste ano comparado ao mesmo mês de 2004 é relevante porque a relação é feita com um período em que as taxas foram bastante significativas. "A comparação em relação ao resultado do emprego industrial, que cresce, tanto na comparação mensal, como no acumulado do ano, é sobre um ano que foi bastante favorável para o emprego industrial. Há um crescimento em cima de uma base de comparação mais elevada, e o ano de 2004 havia sido bastante positivo para o emprego", diz ele.
Segundo o economista, no que se refere à série histórica da pesquisa, 2004 havia sido o melhor ano da pesquisa, portanto, há um crescimento sobre algo que era bastante elevado. André Macedo acredita que a estabilidade no emprego industrial pode estar bastante relacionada à manutenção do patamar de produção observado até abril.
O economista, no entanto, lembra que, apesar de, na passagem de abril para maio, a produção ter assinalado crescimento, isso nem sempre é repassado para o nível de emprego. Ele afirmou que ainda não é possível garantir que o aumento de produção vai representar elevação no número de empregos, porque eles reagem de forma defasada aos estímulos de crescimento na produção. "Não temos como fazer previsão. Temos algumas tendências de que o emprego reage de forma defasada a algum estímulo de crescimento na produção, porém, essa maior retomada da atividade industrial para que venha rebater no emprego tem que se dar de uma forma mais consolidada", diz.
André Macedo afirma ainda que a produção industrial até abril vinha estável, girando em torno do mesmo patamar, mas na passagem de abril para maio apresentou crescimento de 1,3%, o que pode ser um sinal de alguma recuperação, desde que se mantenha nos próximos meses. " Se esse crescimento na atividade industrial não for mantido de uma forma sustentável, pode não rebater positivamente no emprego", completa.