Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A criação do Portal Nacional de Segurança Cidadã atende à aspiração da sociedade de maior integração com os órgãos de segurança. A opinião é do diretor do Departamento de Pesquisa, Análise de Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Ricardo Balestreri.
Segundo ele, as pesquisas mostram que uma das demandas da população, ao lado do emprego, é a segurança pública. "Esse portal será de livre acesso a todas as pessoas que ali poderão encontrar as discussões mais relevantes sobre segurança pública, um banco de recursos de teses e também as produções artísticas".
Balestrini participou hoje (14) da solenidade de encerramento do seminário Segurança Cidadã na América Latina, no Itamaraty. O evento foi promovido pelos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores. Ainda em fase de instalação, o Portal de Segurança Cidadã pode ser acessado pelo endereço: www.segurancacidada.org.br.
De acordo com ele, o portal também é uma ferramenta de facilitação do trabalho dos órgãos de segurança pública brasileiros, de socialização de conhecimentos com a sociedade e de integração latino americana e dos países de língua portuguesa. "Gostaríamos que os países da América Latina estivessem participando ativamente desse portal", ressaltou ele, lembrando que as notícias já estão sendo traduzidas para o espanhol.
O diretor afirmou que os novos parâmetros da segurança cidadã passam pelo enfoque da segurança como promotora dos direitos humanos. Para ele, todo policial é um protagonista da luta pelos direitos humanos. "Os policiais têm que estar à frente da luta pelos direitos humanos", reforçou.
Segundo Balestreri, a exemplo dos países desenvolvidos, o Brasil pode criar uma segurança fundada na ética, na moralidade, na racionalidade e nos princípios científicos, superando o velho paradigma de que se reduz a violência e o crime através de truculência. "Através de truculência a gente só aumenta a violência", observou.
O diretor do Centro Regional das Nações Unidas para a Paz, Desarmamento e Desenvolvimento na América Latina (Unlirec), Péricles Gasparini, destacou a importância de uma política de segurança pública que dê oportunidade a todos os setores da sociedade. Segundo ele, isso também faz parte de um projeto do centro que dirige e que privilegia as atividades de desarmamento e desenvolvimento. Para ele, a segurança cidadã é exercida por todos aqueles que têm um papel a exercer na sociedade. "Não só o Estado, não só as ONGs, não só a indústria, mas também a cidadania".
Participaram do seminário Segurança Cidadã na América Latina representantes de 12 países da América do Sul. O encontro foi uma preparação para a reunião ministerial sobre Segurança Cidadã da Comunidade Sul-Americana, prevista para os dias 25 e 26 de agosto, em Fortaleza. Segundo o subsecretário-geral da América do Sul, do Ministério das Relações Exteriores, José Eduardo Martins Felício, os países-membros da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) devem se reunir nesse período para aprovar um plano de segurança cidadã para o continente.