Carolina Pimentel
Enviada especial
Paris - No dia em que a França comemora a Queda da Bastilha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou discursar sobre o combate à fome no mundo. Na recepção no Palácio Eliseu, sede do governo francês, oferecida pelo presidente Jacques Chirac, Lula destacou que nunca a questão da pobreza foi tão discutida no mundo.
"Fora o G8, já discutimos duas vezes. Em Davos [onde se realiza o Fórum Econômico Mundial], a fome foi tema prioritário durante dois anos seguidos. Por isso, eu acho que nós já subimos juntos alguns degraus", discursou diante de cerca de sete mil convidados.
Ele lembrou que o presidente Jacques Chirac foi um dos primeiros a aderir à luta contra a fome. Segundo Lula, ao assumir a presidência da Republica, acreditou que a ligação que mantém com o Partido Socialista Francês, e o passado de líder sindical, poderiam afetar a relação com o colega francês. Mas desde o primeiro encontro, Chirac mostrou-se um estadista que trata a todos de forma igual, disse o presidente.
Lula agradeceu o carinho recebido pelo povo francês. "O coração e a consciência do povo francês são de solidariedade". E acrescentou: "os franceses estão ensinando que não há meia democracia, mas uma democracia total".
Chirac elogiou ainda o presidente brasileiro. Ele disse estar orgulhoso de trabalhar junto com Lula para o financiamento do desenvolvimento no mundo. Ele ressaltou que não tem dúvidas de que terão sucesso.
Antes da recepção, Lula acompanhou o desfile militar, no Champs Elysée, ao lado de Chirac. Participaram mais de 180 militares brasileiros da banda dos fuzileiros navais, da Academia Militar Agulhas Negras e da Guarda Nacional. A Esquadrilha da Fumaça encerrou o evento e coloriu o céu de Paris com as cores verde e amarelo. Para o coronel Paiva Filho, responsável pela delegação militar brasileira, a participação dos militares foi o momento mais importante para os soldados brasileiros na Europa desde a atuação dos pracinhas na Segunda Guerra Mundial.