Delcídio e Serraglio vão ao BC pedir agilidade na liberação de documentos para CPI dos Correios

14/07/2005 - 11h10

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente e o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios devem ir hoje às 15 horas ao Banco Central pedir agilidade na liberação de documentos relativos a quebra de sigilo bancário e fiscal. "Vamos lá pedir para apressar atendimento aos nossos pedidos", disse o relator deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

De acordo com o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), os pedidos já foram feitos há mais de uma semana. "Não há razão lógica que justifique esse atraso", afirmou. Uma das quebras de sigilo esperadas é do empresário mineiro Marcos Valério e de empresas ligadas a ele.

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) acusou o empresário de ser operador do suposto pagamento de mesadas a parlamentares. Além de Valério, a CPI já aprovou também a quebra de sigilo da esposa do empresário, Renilda Souza, da ex-secretária Fernanda Karina Somaggio, de Roberto Jefferson e dos empresários Arthur Waschek e Antônio Velasco.

O senador disse ainda que a comissão vai ouvir semana que vem os secretários licenciados do PT, Sílvio Pereira e Delúbio Soares e depois deve dar atenção a análise de documentos já recebidos. "A CPI vai entrar em uma nova fase de investigação", disse. Segundo ele, nas próximas duas semanas os parlamentares devem se concentrar no trabalho de análise. "Isso vai nos dar pista do que aconteceu", afirmou.

O relator disse que a CPI já tem diversos documentos que podem subsidiar na hora nos depoimentos. Entre eles está a movimentação financeira de Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) de Marcos Valério, documentos do Conselho de Controle de atividades Financeiras (Coaf) e licitação e contratos de execução. "Hoje estamos abarrotados de documentos e não temos tempo", disse. "É fundamental que se tenha tempo de olhar o já tem", acrescentou.

Deputados e senadores da CPMI estão reunidos, neste momento, em reunião fechada para analisar requerimentos. Entre eles de pedido de documentação, convocação e quebra de sigilo. De acordo com o relator Osmar Serraglio existem mais de 400 requerimentos, sendo que 160 já foram aprovados.