Porto Alegre, 13/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os previdenciários em greve há 42 dias no estado decidiram hoje, em assembléia, manter a paralisação por tempo indeterminado e fortalecer o movimento no interior. Depois da reunião, os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que reivindicam reajuste salarial, realizaram uma passeata pelas ruas centrais da capital, com um ato público pelo fim da corrupção.
Dez manifestantes estavam de cuecas com falsas notas de reais e dólares penduradas na roupa. Outros protestaram caracterizados de palhaços ou trajando terno e gravata, carregando malas e cartazes alusivos ao suposto "mensalão" e também material de limpeza. A caminhada terminou em frente à Assembléia Legislativa do estado, onde os manifestantes pediram apoio dos parlamentares às reivindicações da categoria.
Para o secretário do Sindisprev-RS, Giuseppi Finco, "sem propostas do governo, a meta agora é fortalecer a greve, iniciando os protestos no interior, com o objetivo de paralisar todo o estado".
Segundo o superintendente do INSS no Rio Grande do Sul, Delmar Joel Eich, dos 2.220 servidores das 101 agências da Previdência no estado, 460 estão em greve e 21 agências, fechadas. Ele informou que "provavelmente na próxima semana os funcionários do serviço interno centralizarão o serviço em uma agência da capital, para atender a população".
Desde o dia 23 de junho, acrescentou, não está sendo cumprida decisão judicial para o retorno de 50% dos servidores ao trabalho. A decisão prevê multa diária ao Sindisprev-RS de R$ 30 mil. O superintendente informou ainda que "as negociações continuam em Brasília e existem sinalizações de que o governo aceitará reivindicações dos servidores".