Previsão de industriais para final do ano é pior desde 2003, aponta pesquisa da FGV

13/07/2005 - 18h50

Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – As previsões que os empresários da indústria do país fizeram para os próximos seis meses são as piores dos últimos dois anos, segundo a prévia da 156ª Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, divulgada hoje, nesta capital, pela Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Foram ouvidas 462 empresas, entre os dias 28 de junho e 11 de julho. "No quesito que procura captar o sentimento em relação à situação dos negócios nos próximos seis meses, houve a maior incidência de empresários pessimistas desde julho de 2003", esclarece a análise prévia da FGV.

Em julho, 41% dos empresários esperam que seus negócios melhorem nos próximos seis meses e 20% prevêem piora. O saldo (diferença entre os dois extremos) de 21 pontos percentuais é o menor desde julho de 2003, que foi de 16 pontos percentuais. Na pesquisa anterior, referente ao mês de abril, a diferença era de 33 pontos percentuais.

Para o trimestre julho-setembro, a pesquisa revelou um saldo de 24 pontos percentuais na demanda por produtos industriais (43% das empresas esperam aumento e 19% diminuição). O resultado é inferior ao apurado na pesquisa anterior (38 pontos percentuais) e ao de julho do ano passado (44 pontos percentuais). Em relação à produção, 47% dos empresários acreditam que haverá aumento, contra 20% que esperam diminuição. A diferença de 27 pontos percentuais é inferior à apurada em julho de 2004 (43 pontos percentuais).

"Nas perguntas relacionadas ao lado operacional das empresas, as respostas indicam a possibilidade de um ritmo fraco de atividade no trimestre julho-setembro, embora ainda compatível com o crescimento", ressalta o estudo.

Os reflexos das previsões de demanda e produção se refletem no emprego e nos preços. Em julho, 16% das empresas afirmaram que pretendem contratar e 20% declararam que vão reduzir seus quadros. A diferença negativa (4 pontos percentuais) não é observada na série da pesquisa desde abril de 2002 (8 pontos percentuais). Em relação aos preços, houve uma redução na parcela de empresas que prevêem aumentos, de 41% em abril para 24% em julho, e uma elevação das que planejam reduções, de 5% em abril para 23% neste mês.