Pobreza é maior problema de crianças e adolescentes, diz secretário

13/07/2005 - 19h04

Deniza Gurgel
Da Voz do Brasil

Brasília - No dia em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 15 anos, o secretário Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Osvaldo Russo, afirmou que a pobreza é o maior problema enfrentado hoje e que esse é o alvo dos programas sociais do governo.

Russo citou como exemplo o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), que prevê a volta das crianças para a escola. As famílias inscritas recebem R$ 40 por cada criança que deixa o trabalho em área urbana e R$ 25 nas áreas rurais. As prefeituras que aderem ao programa também são beneficiadas. Na área rural, elas recebem R$ 20 por criança em atividade socioeducativa e na área urbana, R$ 10. Neste ano, o Peti vai atender 1 milhão de crianças de 5 a 15 anos, em situação de trabalho infantil.

O ministério, segundo o secretário, vai unificar o Peti e o programa Bolsa Família, que atende a 7 milhões de famílias com beneficio para manter as crianças na escola. "Hoje nós temos no Brasil 2,7 milhões de crianças em situação de trabalho infantil e com a integração poderemos atender a praticamente todas essas crianças".

Outro investimento citado por Russo é no combate ao abuso e exploração sexual, com o programa Sentinela, que atende cerca de 30 mil crianças e adolescentes em centros especializados. Estes centros oferecem tratamento psicológico e jurídico às vítimas. Mas ele disse acreditar que apesar dos avanços ainda existe muito a ser feito. "Só conseguiremos comemorar mesmo quando conseguirmos erradicar a pobreza e transformar as nossas crianças não numa criança do futuro, mas na criança do presente", disse.

Osvaldo Russo informou ainda que o ministério está implantando o Sistema Único de Assistência Social (Suas), uma "política pública onde União, estados e municípios participam de forma solidária, cooperativa e descentralizada".