Carolina Pimentel
Enviada especial
Paris - No encontro com o prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, do Partido Socialista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou hoje a amizade secular entre Brasil e o país europeu onde, segundo Lula, os brasileiros encontram um "segundo lar".
O presidente lembrou que a França "acolheu artistas e intelectuais brasileiros na época da ditadura, como o escritor Jorge Amado e o economista Celso Furtado". E que "lhes assegurou o direito de serem cidadãos do mundo no momento em que a repressão e a intolerância haviam tomado conta de meu pais".
Para uma platéia de franceses e representantes da comunidade brasileira, no salão da Prefeitura de Paris, Lula destacou que a capital francesa é, para muitos países, um "símbolo da liberdade de pensar e protestar". E lembrou que seu partido, o PT, foi criado para buscar uma vida melhor para os trabalhadores: "Foi com essa convicção que fundamos o PT e lutamos pela democracia política e a justiça social em meu país".
Antes, o prefeito pariense havia elogiado Lula por manter fidelidade a sua história. E o presidente brasileiro agradeceu a amizade dos franceses com a única expressão que disse conhecer na língua francesa: "Merci beaucoup".
Depois de jantar com Delanoe, Lula seguiu para a Praça da Bastilha, onde se realizou o Baile da Cidade, por conta do Ano do Brasil na Franca. Artistas brasileiros, como o ministro Gilberto Gil (Cultura), Daniela Mercury e Jorge Ben Jor se apresentaram para um público estimado em 100 mil pessoas. O show é resultado de parceria entre as redes de supermercados Carrefour e Casino (francesa).
No palco, o presidente disse estar emocionado em participar das homenagens ao Brasil. O país, acrescentou, não pode ser reconhecido apenas pela extensãoo territorial, mas pela "solidariedade de seu povo e pelo humanismo praticado pelo povo brasileiro".