Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A avaliação dos empresários sobre indústria registrou seu pior patamar dos últimos dois anos em julho. Os dados são da prévia da 156ª Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, divulgada hoje (13), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foram ouvidas 462 empresas, entre os dias 28 de junho e 11 de julho.

A pesquisa revelou que a situação atual dos negócios é considerada boa por 16% dos empresários e fraca, por 33% deles. O saldo (diferença entre os dois extremos) de 17 pontos percentuais é a maior desde julho de 2003, quando o saldo foi de 36 pontos percentuais. O nível de demanda, tanto interna quanto externa, atingiu diferença de 21 pontos percentuais em julho, considerando que 29% das empresas consideraram fraco e 8%, forte. Este resultado também é o maior desde julho de 2003, quando a diferença atingiu 33 pontos percentuais.

Segundo a FGV, "com o arrefecimento da procura, houve acúmulo de estoques", comprovado pela diferença de 18 pontos percentuais entre as empresas que informaram ter estoques insuficientes (1%) e excessivos (19%), a maior desde julho de 2003, que foi de 19 pontos percentuais. Para efeito de comparação, as diferenças apuradas nas pesquisas anteriores foram de 10 pontos percentuais (abril) e 3 pontos percentuais (janeiro).

A FGV analisa que "os números revelam que a tendência da diminuição do ritmo de atividade na indústria aprofundou-se no segundo trimestre do ano. As empresas chegaram a julho com as piores avaliações sobre a situação presente em dois anos e com previsões menos favoráveis para os próximos meses".