Docas do Rio de Janeiro quer facilitar exportação feita por micro e pequenas empresas

13/07/2005 - 14h37

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio – Os micro, pequenos e médios empresários vão poder contar com nova estrutura de logística para exportar seus produtos. O presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Antônio Carlos Soares Lima disse que entre outubro e novembro será inaugurado o Centro de Negócios e Logística.

Em um único espaço, o empresário vai poder receber assessoria sobre serviços de crédito, produtos e inserção no mercado. "O empresário poderá ir nesse Centro e tratar do crédito para aumento da produção dele e associar esses centros aos vários programas que o governo federal vem desenvolvendo como os projetos de Arranjos Produtivos Locais e de iniciativas como o aumento do teto de enquadramento das micro e empresas", disse.

Segundo o presidente de Docas, o Centro está sendo instalado nos Galpões da Companhia, na rua Francisco Bicalho, centro do Rio e vai contar com instalações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de bancos públicos como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para prestar assessoria inclusive em visitas para participar de eventos fora do país.

Soares Lima disse que a previsão era do Centro começar a operar em julho, mas dificuldades operacionais e no fechamento de convênio com o Sebrae provocaram o atraso.

O presidente de Docas informou, ainda, que a intenção é adotar um serviço 0800 para que em ligações gratuitas os empresários possam tirar dúvidas. "Vai ter também um espaço para expor seus produtos. Enfim, vai ser um Centro de Negócios onde ele poderá ter todas as facilidades possíveis para participar do Comércio Exterior", acrescentou.

Soares Lima disse que em diversas visitas que fez em cidades do interior do estado do Rio de Janeiro conversou com prefeitos e empresários e todos demonstraram muito interesse na instalação do Centro.

Para o presidente da Companhia, com o início do serviço o empresário poderá contar ainda com a redução de custos. "Há uma dificuldade desse setor participar, principalmente, pelo desconhecimento do mercado, pela burocracia dele e pelo custo da logística. Hoje, por exemplo, um micro empresário não tem condições de manter um contêiner. Então, para ele o custo desse transporte é muito caro. Ele vai fazer uma exportação pequena e pagar muito caro o frete. A nossa intenção, através dos Arranjos Produtivos Locais e de uma Logística melhorada, é consolidar cargas em um determinado ponto de forma a encher um contêiner e aí poder baratear o custo do transporte", explicou.

Soares Lima disse que é intenção também do governo criar tarifas diferenciadas para o setor. "Uma tarifa que estimule uma participação maior", afirmou.

O presidente de Docas lembrou que durante muitos anos não se investiu em infra-estrutura no Brasil, o que provocou, segundo ele, a deterioração das estradas, diminuiu o calado dos portos e reduziu as aplicações de recursos nas ferrovias. "Com isso encarece muito o serviço de logística, não só pelas condições das rodovias como também pela pequena participação do transporte ferroviário", concluiu.