Comunidade Sul-Americana de Nações discute em agosto plano de segurança cidadã para o continente

13/07/2005 - 14h18

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os países-membros da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) devem se reunir nos dias 25 e 26 de agosto, em Fortaleza, para aprovar um plano de segurança cidadã para o continente. A informação é do subsecretário-geral da América do Sul, do Ministério das Relações Exteriores, José Eduardo Martins Felício. Hoje (13) o embaixador participou de encontro preparatório para a reunião ministerial sobre Segurança Cidadã da Comunidade Sul-Americana de Nações, que será realizada na capital cearense no próximo mês.

Ao abrir o encontro, Felício destacou o interesse do governo brasileiro em trocar experiências sobre o tema com os países vizinhos. "É mais do que evidente o nosso interesse em aprofundar o intercâmbio de experiências no que se refere à segurança cidadã, em todas as suas dimensões: segurança do ponto de vista estritamente policial, segurança do ponto de vista de respeito às liberdades democráticas, direitos humanos". Segundo o embaixador, o intercâmbio de experiências entre os países ajudará a subsidiar a proposta de plano sul-americano de segurança cidadã.

Durante a reunião, o secretário Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, Luiz Fernando Corrêa, falou sobre as iniciativas brasileiras no sentido de melhorar a gestão das instituições policiais e de aproximar a polícia do cidadão, de forma que a população também participe ativamente das ações de prevenção.

De acordo com o secretário, a capacitação com ênfase nos direitos humanos também é uma das prioridades. "A idéia é que os direitos humanos não sejam questão pontual a ser tratada, têm que ser transversal. Quando tiver uma aula de abordagem em veículos ou de técnica de tiro, por exemplo, os direitos humanos são questionados neste momento ao policial. Ele tem que ter a consciência, ao portar um fuzil, de qual é a repercussão daquilo na sociedade".

Corrêa ressaltou que os problemas na área de segurança pública não têm solução imediata. "Embora todos nós queiramos resultados imediatos, a gente sabe que não teremos. Então, o que estamos construindo são medidas estruturantes que ao longo do tempo vão produzir resultados", afirmou. "Esse é o nosso grande desafio, não deixar que eventuais crises mudem o rumo dessa política, que é um consenso que está sendo construído por técnicos em todos os níveis, federal, estadual e municipal", acrescentou.