Carolina Pimentel
Enviada especial
Paris - A Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) e a Solidarité Urgence Développement (SUD), uma espécie de rede de ONGs na França, abriram hoje (12) o Fórum Franco-Brasileiro da Sociedade Civil, no Conselho Econômico-Social francês, para discutir os três anos de convênio entre as duas associações. O encontro faz parte das atividades sociais do Ano do Brasil na França, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar amanhã (13) do encerramento.
Segundo o diretor-geral da Abong, Jorge Eduardo Durão, nestes três anos, as organizações brasileiras e francesas descobriram semelhanças e diferenças sobre os principais temas do convênio: agricultura familiar, questão habitacional e economia solidária. Umas das semelhanças é a luta em defesa da preservação da agricultura familiar. "Procuramos pressionar os governos para que não adotem políticas prejudiciais à agricultura familiar", disse Jorge Durão.
No evento, oitos estandes apresentam produtos da agricultura familiar brasileira, como colares de sementes, tênis, roupas e alimentos. Já o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Francisco Menezes, destacou a relevância que a economia solidária ganhou nas políticas públicas.
"O resultado a gente tem visto, por exemplo, nas políticas do governo de abastecimento de alimentos para as populações mais vulneráveis. Você fortalece, ao mesmo tempo, a economia interna e as iniciativas de economia solidária", explicou. Menezes participa amanhã do debate sobre o assunto.
Quanto às discussões sobre políticas habitacionais, Durão citou como avanços a criação de um observatório internacional das políticas urbanas e a elaboração da Carta do Direito à Cidade, que visa a unificar os movimentos que lutam por essa causa.
No coquetel de encerramento do evento, as bebidas e os aperitivos que serão servidos vieram de associações de agricultores familiares brasileiros.