Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - O deputado estadual José Nobre Guimarães, líder do PT na Assembléia Legislativa do Ceará, anunciou agora há pouco que pediu seu desligamento da bancada do partido. Guimarães, que é irmão do ex-presidente do PT, José Genoino, disse que está realizando uma investigação paralela do episódio envolvendo seu ex-assessor José Adalberto Vieira, preso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na última sexta feira, quando tentava embarcar para Fortaleza com uma bolsa contendo R$ 200 mil e mais US$ 100 mil na cueca.
"Já fiz um rastreamento aqui e, a qualquer momento, daqui para amanhã, se eu receber o que estou esperando, (terei) documentos que comprovam o destino desse dinheiro", disse o deputado.
Ele afirmou que se trata de "documentos oficiais" cujo conteúdo ele ainda não pode divulgar porque está "batendo as informações" com São Paulo. E acrescentou que não vai "sossegar" enquanto não souber o destino e, principalmente, a origem do dinheiro apreendido.
Guimarães disse que checou com todos os funcionários do seu gabinete e tem certeza de que Adalberto viajou sem conhecimento de ninguém e sem utilizar nenhum recurso do gabinete. Segundo ele, o ex-assessor teria se hospedado no Hotel Blue Tree da Faria Lima, em São Paulo, mas o deputado disse que "isso a Policia Federal é que tem que descobrir a bem da verdade".
O deputado voltou a dizer que não descarta a possibilidade de ter havido uma "armação" e repetiu que seu irmão, José Genoino, está inocente nesse episódio. "A ação dele não tem nada a ver com o PT e muito menos com o Genoino. Estou desconfiando que há elementos que a policia precisa confirmar – eu não tenho provas disso –, mas estou desconfiando de que há elementos também de uma provável armação para atacar e principalmente o ex-presidente nacional do PT, Genoino, que não tem nada a ver com a história."
Guimarães afirmou ainda que se sentiu traído pelo ex-assessor, em quem depositava "toda a confiança".