Rio, 11/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - O embaixador plenipotenciário (que tem plenos poderes em relação a uma missão especial) da Argentina no Brasil, Juan Pablo Lohlé, afirmou hoje que a solução para o recente impasse criado pelos argentinos às exportações brasileiras poderá ser obtida pela negociação, que não tem prazo para ser concluída. "Só tem que negociar. E negociar sempre tem tempo", disse Lohlé, durante encontro na Confederação Nacional do Comércio.
Lohlé mostrou-se otimista em relação ao relacionamento comercial entre os dois países, que completa 20 anos em 2005. "Sou otimista. As conversas são boas. Acho que vai dar certo", afirmou. Juan Pablo Lohlé disse que o que falta é "mais paciência da gente", referindo-se aos dois lados da questão. "Quando acontece alguma medida de um lado, tem paciência de outro. Mas normalmente a gente concorda, e a coisa dá certinho".
O embaixador informou que a medida do Banco Central argentino, que exige pagamento à vista para a importação de 1,8 mil itens de consumo, sinalizando para redução das exportações do Brasil, teve o caráter de inibir o capital especulativo, não-produtivo, que chega ao país. Ele explicou que as autoridades argentinas estão conversando sobre isso e avaliando se a resolução do banco argentino terá efeitos sobre o comércio exterior.
Lohlé informou que uma nova rodada de negociação bilateral será realizada dentro dos próximos 20 a 30 dias em Buenos Aires. "Que efeito vai ter isso, do ponto de vista do comércio com o Brasil e outros países, ainda não está determinado", afirmou o embaixador argentino.