Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de mil representantes de movimentos sindicais manifestaram hoje solidariedade ao presidente Lula e a seu governo. Durante encontro de uma hora, no Palácio do Planalto, entregaram a Lula uma carta em que afirmam que alguns setores "vêm se aproveitando de denúncias contra membros do governo e seu partido" para desestabilizar o atual governo.
No encontro, o presidente em exercício da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Gomes, disse que Lula pode contar com os sindicalistas para "fazer as reformas e as mudanças necessárias para tirar o país desse atoleiro que herdou". Gomes, em seu discurso, também deixou um recado: "Não se aventurem em tentar mexer e desestabilizar o governo Lula, porque os trabalhadores, o movimento sindical, os estudantes e os movimentos sociais vão reagir. O movimento sindical está aqui para reivindicar, mas também para dar apoio a este governo".
O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, também manifestou apoio ao presidente Lula. Ele afirmou que todos os cerca de mil sindicalistas reunidos à tarde no Planalto tinham um propósito: "Manifestar apoio no combate à corrupção e no enfrentamento dessa elite raivosa, para que a gente possa dar o Brasil aos brasileiros".
O presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo, Paulo Lucânia, que também participou do encontro, destacou que Lula "é o único que pode salvar a situação desse povo tão sofrido, o povo brasileiro".
O presidente Lula agradeceu e destacou que "todos deveriam aprender a fazer gestos de solidariedade contra e a favor de pessoas que tanto precisam". Durante o encontro, representantes da delegação da CUT da Bahia presentearam o presidente com uma figa, carranquinha do Rio São Francisco, sabonetes de arruda e sal, e fita de Nosso Senhor do Bonfim.
Na carta entregue ao presidente, os sindicalistas também cobram mudanças na política econômica, como redução da taxa básica de juros; reforma política e eleitoral democrática; salário mínimo digno; redução da jornada de trabalho sem redução de salário; e reforma sindical democrática.