Resolução argentina sobre importações obrigará a monitoramento, diz ministro interino

11/07/2005 - 16h14

Rio, 11/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - O mnistro interino do Desenvolvimento, Márcio Fortes de Almeida, reafirmou hoje na Confederação Nacional do Comércio a preocupação do governo brasileiro em relação à resolução "A" 4.372, adotada pelo Banco Central da Argentina, que estipula o pagamento à vista para 1,8 mil itens de consumo importados. O governo brasileiro, por meio da Comissão de Monitoramento, propôs o acompanhamento da medida por um mês, prevendo-se em seguida contatos com as autoridades argentinas.

O entendimento é que a medida prejudica as exportações brasileiras de itens de pequeno valor, como calçados e vestuário. Segundo Márcio Fortes de Almeida, uma medida dessas tomada "de uma hora para outra" pode frear a importação, "apesar de os argentinos entenderem que essa seria uma maneira de segurar a cotação do dólar, ou seja, fazendo com que houvesse mais compra de dólar para importação".

O ministro salientou que o setor calçadista brasileiro tem dúvidas quanto ao setor varejista argentino ter caixa para bancar essas operações. Apesar de ser uma resolução editada pelo Banco Central argentino (Bcra), que tem autonomia, Márcio Fortes analisou que "tudo é governo e a gente pode conversar".

A Comissão de Monitoramento, que funciona dentro da Comissão Bilateral informal, trata de itens que não alcançam nem 2,5% do comércio entre os dois países. "São itens de pequeno valor quando comparados ao comércio bilateral", mas que segundo o governo argentino afetam o nível de emprego naquele país e a recuperação do setor industrial que atende ao varejo em segmentos como calçado, vestuário e linha branca.