Governo estuda ajuda a agricultores cearenses prejudicados pela seca

11/07/2005 - 19h11

Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil

Fortaleza - A maior parte da safra agrícola do Ceará já está perdida. Segundo o secretário estadual de Agricultura, Carlos Matos, dos 184 municípios do estado, apenas oito não tiveram perda; 85 perderam mais de 60% da produção e o restante, entre 30% e 50%. Sem dinheiro para saldar dívidas, para comprar alimentos e sem água potável, os agricultores dependem agora da ajuda do governo federal.

Hoje (11), o secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, Marcio Lacerda, reuniu-se na capital cearense com os representantes de todos os órgãos envolvidos, inclusive do governo estadual, em busca das saídas para o problema. Mas, segundo ele, "ainda não há números precisos sobre a demanda real de água, alimentos e complementação de renda".

O secretário cobrou os relatórios prometidos pelos municípios afetados após reunião no dia 24 de maio. E disse que algumas medidas já estão decididas, como a participação do Exército, que assumirá a distribuição de água potável em carros-pipa, liberando assim as prefeituras desse gasto. Ele também reconheceu que há casos em que o problema já atingiu proporções dramáticas, inclusive com a ocorrência de saques pela população.

"Nesses casos, está previsto a atendimento imediato com cestas básicas e já houve esse atendimento no mês passado. Mas é algo que deve ser levado com cuidado, para que não se transforme na indústria de seca. Tem que haver segurança na informação", ressalvou.

Marcio Lacerda lembrou que o problema não se restringe ao Ceará nem à seca. E que o ministro Ciro Gomes encaminhou à Presidência da República solicitação de uma Medida Provisória para cobrir as demandas de Defesa Civil não atendidas de todo o país. Segundo Lacerda, o valor total dos recursos ainda não foi definido, mas "só a reconstrução de danos causados pela chuva em todo o país tem hoje uma demanda de R$ 450 milhões"

Lacerda observou que uma outra MP já garantiu R$ 30 milhões em Bolsa-Estiagem, apenas para os três estados da região Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E acrescentou que para o atendimento emergencial o Ministério da Integração Nacional está pedindo R$ 90 milhões ao governo federal.