Congresso sobre segurança alimentar reúne representantes de todos os continentes em São Paulo

11/07/2005 - 12h52

Marcelo Gutierres
Da Agência Brasil

São Paulo – Ampliar o acesso a alimentos, melhorar a qualidade dos produtos e dar mais transparência às informações sobre todas as etapas de produção são os desafios do 1º Congresso Mundial de Segurança Alimentar, que teve início hoje (11) no centro da capital paulista.

O evento reúne, pela primeira vez, representantes de governo e do setor privado de todos os continentes para discutir os principais elos envolvidos na cadeia alimentar: da utilização de rações e aditivos às informações necessárias para os consumidores. Seria o primeiro passo na tentativa de implementar mundialmente o Código de Boas Práticas de Fabricação, aprovado no ano passado na Dinamarca.

O encontro é promovido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em conjunto com a Federação Internacional da Indústria de Alimentação (International Feed Industry Federation - IFIF) e com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

Segundo o presidente do Sindicato, Mário Sérgio Cutait, entre as práticas estabelecidas no código está garantido o acesso do consumidor a informações sobre a origem do animal abatido, a qualidade da carne produzida e os elementos envolvidos na sua conservação. Nesse sentido, destaca Cutait, a exigência dessas informações em rótulos de produtos passa a ser "fundamental". Sobre uma possível adoção mundial do código, ele ressalta que o Brasil já se antecipou e criou em 2000 um documento nos mesmos termos.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ivan Wedekin, participou da abertura do Congresso. Ele reforçou o objetivo do governo federal de estimular a ampliação das exportações de carne, bem como de promover mais articulações do setor nesse sentido.

Sobre os subsídios governamentais para agricultura e pecuária em outros países, Wedekin disse "que o país espera que as nações ricas tenham boa vontade de abrir os seus mercados". Ele citou as percentagens de subsídios dados nas principais áreas produtoras como Estados Unidos (17%), Europa (36%) e Japão (50%) e a do Brasil (3%).

O 1º Congresso Mundial de Segurança Alimentar termina na quarta-feira (13), no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês. A maior delegação presente é a dos Estados Unidos, seguida pelas da China, Índia, Nigéria e Reino Unido.

Nos três dias do evento, 60 especialistas de 18 países discutem o comércio internacional, biotecnologia, agroindústria e temas específicos como produtos transgênicos, Mal da Vaca Louca e Protocolo de Kyoto.

Patrocinam o encontro representantes das empresas Monsanto, Basf, Bunge, PCS Fosfatos do Brasil, Serrana Nutrição Animal, com o apoio do banco HSBC, Ajinoto e DNV, que trabalha na área de certificado de sistemas de gestão.