Comissão da CGU apura responsabilidades de ex-diretores dos Correios

11/07/2005 - 13h07

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Waldir Pires, instaurou na última quarta-feira (6) uma comissão de Processo Administrativo Disciplinar para apurar as responsabilidades de ex-diretores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em suposto esquema de corrupção. De acordo com nota da assessoria da CGU, a comissão, constituída por profissionais das corregedorias, deverá processar administrativamente os ex-diretores.

A decisão de Waldir Pires, segundo a nota, foi tomada após o encerramento da primeira parte das atividades da Comissão de Sindicância interna da ECT, sob supervisão de um grupo de trabalho da CGU. O relatório da comissão de sindicância – que chegou a tomar o depoimento de 16 pessoas – indica três servidores como possíveis responsáveis pelas irregularidades: Mauricio Marinho, Fernando Leite de Godoy e Eduardo Coutinho Lins. Eles agora terão de apresentar sua defesa por escrito à CGU.

Os ex-diretores que não foram incluídos nas apurações da Comissão Interna dos Correios serão investigados por meio de inquérito administrativo instaurado pela controladoria. Entre esses ex-diretores estão: Antônio Osório Menezes Batista (Administração), Eduardo Medeiros de Morais (Tecnologia e Infra-estrutura), Mauricio Coelho Madureira (Operações) e Ricardo Henrique Caddah (Econômico-Financeiro). Eles tinham algum vínculo funcional ou trabalhista com a administração pública.

O subcontrolador-geral da União, Jorge Hage Sobrinho, recomendou ainda o afastamento temporário de todos os integrantes da Comissão Permanente de Licitação dos Correios e também dos responsáveis pelos pregões do órgão. De acordo com a assessoria da CGU, Hage encaminhou a recomendação à presidência dos Correios juntamente com o relatório do grupo de trabalho da CGU que analisou denúncias de corrupção na estatal.

A sugestão do subcontrolador é que os funcionários da comissão de licitação permaneçam afastados até que sejam concluídos os trabalhos da Auditoria Especial responsável pela análise de licitações e contratos dos Correios.