Michèlle Canes
Da Agência Brasil
Brasília – Cerca de 30 ministros se reúnem na cidade de Dalian, na China, para a reunião mini-ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC). Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o objetivo do Brasil é a eliminação de subsídio agrícola dado pelos países ricos aos seus agricultores e a melhoria do acesso de produtos brasileiros no mercado.
Celso Amorim explica que a reunião vai deixar claro se as negociações – principalmente no comércio agrícola – vão avançar. O ministro disse que o objetivo do encontro em Dalian é "dar impulso" à chamada Rodada de Doha (Catar), na qual um dos pontos de conflitos é a questão agrícola.
O ministro ainda destacou que a diplomacia brasileira tem que estar ativa em várias frentes. Ao mesmo tempo em que ele negocia em Dalian, discute-se em Nova York a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "É uma reforma muito importante das Nações Unidas, está na agenda há 15 anos. É um assunto complexo e ao mesmo tempo urgente. Brasil, Alemanha, Japão e Índia fizeram uma proposta de reforma que inclui esses quatro países e mais dois africanos. Essa proposta está sendo discutida em Nova York" informou.
Lançada na 4ª Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Doha/Catar em 2001, com a proposta de ser a rodada do desenvolvimento, a Rodada de Doha é considerada fundamental para a negociação de regras mais justas na OMC.
Em entrevista à Agência Brasil , em maio, o advogado Durval Noronha de Goyos Jr., sócio do escritório Noronha Advogados e árbitro da OMC, afirmou: "temos que trabalhar dentro da OMC. Há muitas situações desvantajosas para os países em desenvolvimento que, espera-se, sejam revertidas no âmbito da Rodada Doha". Ele enfatizou ainda que tais desvantagens são mais evidentes no setor agrícola, por ser um setor muito importante para o país.
"Segundo dados do FMI, em dez anos de OMC cerca de 73% dos ganhos obtidos com o comércio internacional estão com os países desenvolvidos", informa o advogado.
Com informações da Secretaria de Comércio Exterior