Somos a favor de tudo que reduz despesas, garante presidente da Febraban

06/07/2005 - 2h31

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Antes de participar do jantar que reuniu esta noite governo e oposição, parlamentares e ministros, empresários e banqueiros, Márcio Cypriano deu uma rápida declaração à imprensa. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que "tudo aquilo que é para redução de despesas, a gente tem de ser favorável".

O jantar organizado pelo ex-ministro da Fazenda e deputado federal Delfim Netto (PP-SP) discutiu sua idéia de zerar o déficit fiscal do país. Atualmente, o governo brasileiro gera um superávit primário – o que significa que gasta menos do que arrecada, se não forem levados em consideração os gastos com juros da dívida. Apesar de gerar grandes superávits primários, o país continua com um rombo nas contas por causa do gasto com juros. A idéia de Delfim é zerar essa conta.

As metas de compromisso fiscal (espécie de economia de dinheiro que o país se compromete a fazer para pagar suas dívidas) têm como objetivo principal manter a confiança dos investidores financeiros de que o país é capaz de quitar sua dívida, e reflete significativamente na classificação de Risco País feita por agências especializadas.

Hoje, o país realiza como política fiscal o superávit primário (diferença entre o que a União arrecada e o que ela gasta, mas sem considerar o que é pago em juros e amortizações) de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, o país economiza o equivalente a 4,5% do PIB, dinheiro gasto no pagamento dos juros da dívida. Mesmo assim, esse esforço fiscal não é capaz de pagar os juros da dívida brasileira.

Uma hipótese para alcançar a meta proposta por Delfim é aumentar a Desvinculação de Receitas da União (DRU) – que hoje permite investir até 20% do orçamento em áreas diferentes das preestabelecidas no Orçamento da União.