Proposta é boa porque também contabiliza gasto com juros, diz Dornelles

06/07/2005 - 3h14

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília – "O Banco Central, cada vez que tiver que aumentar a taxa básica de juros, vai pensar muitas vezes", afirmou o deputado federal Francisco Dornelles (PP-RJ) ao elogiar a proposta de seu colega de partido, o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. A proposta de Delfim, discutida em um jantar esta noite em Brasília, é de zerar o déficit fiscal do país. Atualmente, o governo brasileiro gera um superávit primário – o que significa que gasta menos do que arrecada, se não forem levados em consideração os gastos com juros da dívida. Apesar de gerar grandes superávits primários, o país continua com um rombo nas contas por causa do gasto com juros. A idéia de Delfim é zerar essa conta.

Dornelles defende a proposta porque "passa a tratar todas as despesas financeiras de custeio e de investimento da mesma forma". "Na hora que você aumentar a despesa de juros você vai ter que reduzir outra despesa ou investimento. Ele eles vão sentir quanto dói uma saudade", ironizou.

O deputado federal também elogiou a idéia de reduzir a vinculação das receitas que têm gasto definido pela Constituição – algumas para educação e saúde. "Você precisava aumentar o percentual de desvinculação. Eu acho que você poderia implementar aos poucos no plano, mesmo antes de enviar esta proposta ao congresso. Você pode implementar o plano antes de aumentar a desvinculação"

Uma hipótese para alcançar a meta proposta por Delfim é aumentar a Desvinculação de Receitas da União (DRU) – que hoje permite investir até 20% do orçamento em áreas diferentes das preestabelecidas no Orçamento da União, como saúde e educação.