Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio - Em ação conjunta, a Polícia Federal e a Receita desarticularam na manhã de hoje (6) uma quadrilha especializada em vender recibos médicos falsificados para fraudar o Imposto de Renda. Foram presos cinco suspeitos de integrarem a quadrilha, que pode ter provocado um prejuízo de R$ 50 milhões aos cofres públicos nos últimos cinco anos.
O golpe funcionaria da seguinte forma: Antonio Rogério Guayba Justo, de 53 anos, apontado pela polícia como o chefe da quadrilha, emitia recibos falsificados de serviços médicos e odontológicos para os contribuintes, a fim de que eles pudessem declarar esses gastos no Imposto de Renda e, assim, obter uma restituição maior.
Segundo informações da Polícia Federal, o fraudador teria a ajuda de duas servidoras do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Evanete Pinheiro Felipe Martins, de 44 anos, e Mirian de Freitas Pereira, de 47 anos, além de uma funcionária do Hospital dos Servidores do Estado, Mely Coelho Lamella, de 53 anos. Elas ajudariam Antonio Rogério a captar clientes para o esquema.
Um quinto homem, identificado como Wagner Dias da Silva, de 37 anos, seria o responsável pela entrega dos recibos fiscais falsificados aos contribuintes que resolviam comprar os documentos ilícitos. Segundo a polícia, cada cliente pagava em torno de R$ 300 por cada recibo.
Segundo o corregedor da Polícia Federal no Rio de Janeiro, delegado Victor Hugo Poubel, pelo menos 500 contribuintes de 26 estados foram identificados como clientes da quadrilha. A maioria deles seriam profissionais liberais de classe média, como médicos.
"A quadrilha foi indiciada por uso de documentos falsos e formação de quadrilha. Os contribuintes poderão ser também indiciados no crime de sonegação fiscal, mas isso ficará a critério do Ministério Público Federal", disse Poubel.
Segundo a Polícia Federal, a fraude abrangia todos os estados brasileiros, com exceção do Rio Grande do Sul. Além de prender as cinco pessoas, a ação conjunta, chamada de Operação Ultima Hora, ainda cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em vários endereços, inclusive na Delegacia da Receita Federal de Niterói, no Rio de Janeiro, onde as duas funcionárias do Serpro trabalhavam.