MEC e Conselho de Psicologia serão parceiros na campanha contra baixaria na TV

06/07/2005 - 16h12

Diego Freire
Da Agência Brasil

Brasília - Representantes da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e dirigentes do Ministério da Educação e do Conselho Federal de Psicologia reuniram-se hoje (6)para acertar uma parceria na campanha Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania. A campanha é uma iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e organizações da sociedade civil para promoção dos direitos humanos e da dignidade do cidadão na mídia.

Segundo o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Desenvolvimento, Ricardo Henriques, o papel do MEC será levar a campanha às escolas para conscientizar as crianças.
Ele explicou que o objetivo é "criar espaços para que a discussão dos direitos humanos entre nas escolas e para analisar como a mídia trata a educação das crianças".

O coordenador da campanha, deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), disse que a iniciativa ganha mais poder e impacto com a parceria do MEC, para combater o desrespeito aos valores éticos do ser humano. "Nós estamos buscando atuações conjuntas, pois pegamos a experiência que temos, junto com a capacidade que o ministério possui, para somarmos e atendermos a sociedade", ressaltou.

Fantazzini lembrou que a campanha visa a promover mudanças na programação da televisão brasileira, e não tirar programas do ar. "A intenção não é tirar do ar, e sim que haja conscientização das emissoras. Sempre defendemos a liberdade de expressão, mas o fato de você possuir essa liberdade não será aceito, se as emissoras destruirem os processos educativos, estimularem a violência e degradarem a imagem do ser humano", destacou o deputado.

O diretor do Conselho Federal de Psicologia, Odair Furtado, observou, por sua vez, que a programação inadequada apresentada nos meios de comunicação altera o cotidiano das pessoas. Furtado disse que os meios de comunicação viram referências, porque "é por eles que vêm informações, as condições de valores, as regras básicas de como a sociedade funciona, criando um imaginário, principalmente pela televisão".

Para Odair Furtado, os programas que ferem os direitos humanos são aqueles que nada acrescentam à formação de um índividuo. "Em geral, são aqueles que atentam para uma visão não-construtiva, aqueles que são apelativos, que não têm limites de apelo à busca de ibope. Neste caso, estão os programas veiculados no horário em que geralmente as crianças estão assistindo, como os de violência exagerada e de apelo fácil à sexualidade".

O próximo passo será enviar ao Ministério Público as ações propostas pelos parceiros, para que possam ser tomadas as atitudes cabíveis em relação a alguns programas.