Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Começou por volta das 10h o depoimento do publicitário Marcos Valério à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga denúncia de corrupção nos Correios. Antes, o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), leu o documento do Supremo Tribunal Federal (STF) que concede um habeas corpus preventivo ao publicitário. Com isso, Marcos Valério depõe como investigado e não poderá ser preso enquanto fala à CPI. A liminar também assegura ao publicitário o direito de se calar sempre que a resposta à pergunta possa incriminá-lo.
Valério falou sobre os contratos que mantêm com o governo federal através de suas agências de publicidade SMP&B e DNA Propaganda. Ele negou a afirmação do ex-líder do PMDB na Câmara, deputado José Borba (PR), que, em nota divulgada ontem, afirma ter se reunido com Marcos Valério e com integrantes da direção nacional do PT algumas vezes para discutir a nomeação de membros do seu partido para cargos na administração federal. Segundo Valério, as conversas com o deputado trataram de campanhas políticas, e não de cargos. "Daqui a pouco sou ministro sem pasta", afirmou.
No início do depoimento, Marcos Valério disse que vai colaborar com a comissão e que todo o seu patrimônio já foi declarado. Antes de começar a responder às perguntas, ele falou rapidamente sobre suas empresas e sua família. "Sou um brasileiro normal", disse.
Ainda hoje, a CPI vai ouvir a ex-secretária do publicitário Karina Fernanda Sommaggio. As empresas de Marcos Valério mantêm contratos de publicidade com os Correios e outras estatais. O publicitário foi apontado ainda pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como operador do suposto pagamento de mesadas a parlamentares do PP e do PL, o chamado mensalão.