Delegado constata corrupção e ''funcionários fantasma'' na Assembléia Legislativa de Rondônia

02/07/2005 - 12h47

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Depois de realizar investigações em quatro frentes, no inquérito para apurar irregularidades na Assembléia Legislativa de Rondônia, o delegado da Polícia Federal Renato Sayão Dias concluiu que "uma organização criminosa tomou conta" da AL, não significando necessariamente que todos os deputados sejam culpados, disse. Ele prevê que dentro de 40 dias já poderá pedir ao Ministério Público os primeiros indiciamentos.

O delegado constatou a existência de funcionários fantasmas, que foram ouvidos e disseram jamais terem trabalhado na Assembléia, apesar de constarem da folha de salários e receberem até R$ 6 mil. Ele também identificou um caso de corrupção envolvendo compras de serviços e aquisições de passagens aéreas para viagens de lazer, por conta da Assembléia, para cidades do litoral nordestino e de Santa Catarina.

O delegado Renato Sayão Dias já identificou diversos envolvidos na "organização criminosa" que atua na Assembléia e disse que muitos outros ainda vão ser descobertos. Ele deu entrevista à imprensa hoje, em Rondônia, e evitou citar nomes não só para preservar a segurança dos envolvidos, mas para manter a estratégia da investigação. O delegado prometeu que vai revelar todas as irregularidades e a desmontagem do esquema ao longo do inquérito.

A Assembléia Legislativa de Rondônia passou a ser alvo de denúncias depois que o governador Ivo Cassol divulgou fitas de vídeo à imprensa nas quais deputados pediam propina para apoiar projetos do governo estadual.