Árabes reivindicam representação no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial

02/07/2005 - 8h52

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os árabes querem uma representação permanente no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR). O conselho é um órgão de interlocução direta entre a sociedade civil e o governo federal que tem por finalidade propor, em âmbito nacional, políticas de promoção da igualdade racial com ênfase na população negra e outros segmentos étnicos. Composto por 20 representantes da sociedade civil e 20 do governo federal, o CNPIR busca combater o racismo, o preconceito e a discriminação, além de reduzir as desigualdades raciais nos âmbitos econômico, social, político ou cultural.

Para que os árabes conquistem um lugar no CNPIR, delegados representantes dos povos árabes apresentam hoje uma moção de reivindicação na plenária da 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Se a proposta for aprovada, eles terão direito a uma cadeira no conselho.

De acordo a delegada Suzana Açucena, os árabes querem um representante que trate de seus interesses em todos os aspectos. "Nós temos representantes, mas não temos uma cadeira para judeus, palestinos, mulçumanos, sírios e libaneses. Nós precisamos dessa representação, de alguém que defenda nossos interesses."

Atualmente, estima-se que 12 milhões de árabes e descendentes vivam no Brasil, a maioria em São Paulo. Segundo Açucena, os árabes precisam garantir seus direitos e abolir a idéia de que todos são ricos. "Os nossos direitos políticos e culturais precisam ser resguardados. Além do mais, nós precisamos acabar com essa falsa imagem que existe, de que todos os árabes são ricos. Isso não é verdade. Há muitos árabes pobres e carentes que estão até mesmo fora da colônia árabe."