Salvaguarda contra China é natural, defende Associação de Indústria Têxtil

29/06/2005 - 7h15

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, negou que esteja havendo qualquer tipo de confusão com o Brasil em relação à China na área de têxteis. Em entrevista à Agência Brasil, Pimentel explicou que quando a China entrou na Organização Mundial do Comércio, em dezembro de 2001, ficou estabelecido que os países que se sentissem prejudicados pelas exportações chinesas poderiam implementar salvaguardas especificas para o setor têxtil, com vigência até 2008, e salvaguardas gerais até 2012.

O que está havendo, segundo Pimentel, é um "re-alinhamento do comércio internacional de têxteis e confeccionados". Na avaliação do executivo, no caso do Brasil, o governo decidiu pela regulamentação das salvaguardas, "a nosso ver tardiamente, mas antes tarde do que nunca". A medida será implementada à medida em que os danos ou ameaças de danos ficarem comprovados. O diretor-executivo da Abit afirmou que isso já está ocorrendo em diversos itens da área de vestuário e sintéticos , onde foi detectado um crescimento grande das importações chinesas que poderá ensejar medidas dessa natureza.

Destacou, porém, que "isso faz parte do jogo, está dentro das regras do jogo, não é nenhuma medida unilateral brasileira, é uma questão que o mundo inteiro está discutindo e não tem nada de absurdo". Fernando Pimentel analisou que o Brasil já poderia ter estabelecido salvaguardas há mais tempo. "Então, vamos utilizá-las na medida das necessidades".