Karina Cardoso
Da Agência Brasil
Brasília - As pesquisas de raça realizadas com negros não correspondem à realidade da discriminação, pois apenas levantam dados quantitativos. A afirmação é da assessora sênior de Economia do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulher (Unifem) e do Projeto do Milênio das Nações Unidas (ONU), Yassine Fall, durante o painel internacional Ações Afirmativas e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, encerrado hoje.
"Precisamos de pesquisas qualitativas, que dêem a palavra às pessoas que sofrem a discriminação. É necessária participação e representatividade das minorias", acrescentou Fall, para quem é necessário estudar a origem do racismo na tentativa de combatê-lo. Ela ressaltou que é responsabilidade do país realizar essas ações, além de fazer com que os programas sociais cheguem a quem necessita deles.
Um dos mais importantes objetivos do milênio, segundo a representante da ONU, é a luta contra a pobreza. E para isso, destacou, é preciso que as pessoas tenham acesso ao trabalho. O representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Cristian Ramos, acrescentou que a solução para o fim da discriminação e do preconceito é a igualdade no emprego e na profissão.
O painel, que começou na terça-feira (28), antecede a primeira Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racional, que começa na próxima quinta-feira (30), em Brasília.