Light será única empresa a receber apoio após "apagão", diz BNDES

29/06/2005 - 17h25

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – Após a crise de energia que afetou o Brasil em 2001 – batizada popularmente de "apagão" –, o governo brasileiro abriu um programa de financiamento para as empresas privatizadas da área. O programa emergencial para empresas do setor elétrico foi criado pelo governo federal em 2003 e foi gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No entanto, somente uma empresa receberá financiamento pelo programa. É a Light, concessionária de energia no estado do Rio de Janeiro. Segundo informou hoje (29), o vice-presidente do BNDES, Demian Fiocca, a Light não foi a única distribuidora de energia elétrica a pedir auxílio. Foram enquadradas, no programa do banco, oito operações de distribuidoras solicitando financiamento. Dessas, quatro foram aprovadas: Light, Coelba (BA), Celpe (PE) e Cosern (RN).

Fiocca explicou, porém, que "um resultado positivo do programa é que, ao final, as outras três decidiram não contratar, em grande parte pelo desempenho da economia em 2004, que trouxe alívio ao conjunto do setor privado, e em parte, acredito que o próprio anúncio do programa deu às empresas credibilidade para negociarem e se estruturarem sob menor pressão com seus credores privados". No final, as decisões das empresas aprovadas de não recorrer ao programa resultaram do fato de as condições requeridas pelo BNDES serem exigentes, e elas não quiseram dividir a participação de capital com o BNDES, analisou Fiocca.

Disse que "o programa (emergencial) foi criado para assegurar o bom andamento do setor e o fato de ele ter conseguido assegurar isso sem que o banco precisasse apoiar mais fortemente é um indício de sucesso". O programa previa desembolsos do BNDES de até R$ 3 bilhões para as empresas do setor elétrico. O faturamento da Light alcança cerca de R$ 4,5 bilhões ao ano.