Irene Lobo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O processo de empoderamento econômico do negro na África do Sul é um exemplo que o Brasil deve seguir. A afirmação foi feita hoje (29) pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, no painel internacional Ações Afirmativas e os Objetivos do Milênio. O painel antecede a primeira Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que começa amanhã (30) em Brasília.
"Lá, do ponto de vista político, as questões foram resolvidas, mas ainda há muito a ser feito na área econômica e nós aqui também", disse Amorim. Ele afirmou que em sua juventude acreditava que não existiam problemas raciais no Brasil e que se os problemas sociais fossem resolvidos, os raciais também seriam. "Passados 40 anos desde o período em que eu era jovem, essa situação não melhorou". Segundo o ministro, as dificuldades objetivas existem e são colocadas no caminho das pessoas de raça negra. "Talvez não por serem negras, mas por serem mais pobres, enfrentam muitos outros problemas difíceis de superar. Então, por isso, eu vejo que as ações afirmativas se justificam", acrescentou.
Amorim citou como exemplo de ação afirmativa o programa de bolsas do Itamaraty que traz alunos de origem africana para estudar no Brasil. "Não é que a população negra precise do Itamaraty . O Itamaraty é que precisa da população negra", afirmou.