Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O ministro da Educação, Ciência e Tecnologia da Argentina, Daniel Filmus, afirma que a América Latina poderia utilizar mais a possibilidade de converter parte de sua dívida externa em recursos para educação. Filmus diz que a região é a que mais sofre com o impacto da dívida. "A dívida externa representa 31% do PIB (Produto Interno Bruto) da América Latina, que é a mais endividada do mundo. Dos 23 países desse continente, 12 gastam mais com o pagamento da dívida do que com investimentos em educação", disse Filmus que participou hoje (28) do Seminário Educação e Investimento – Conversão da Dívida para o Desenvolvimento, promovido em São Paulo pelo Ministério da Educação.
Ele destacou ainda que Brasil e Argentina empregam mais dinheiro no pagamento da dívida do que em programa de educação e saúde. A Argentina já obteve da Espanha a conversão de parte de sua dívida, cerca de 68 milhões de euros, em investimentos internos em educação. Para Filmus, os recursos devem ser utilizados em obras de infra-estrutura e na compra de livros. "Para garantir que o dinheiro seja empregado na educação seriam criados comitês controladores formados por organizações não-governamentais".
O Brasil deve iniciar em julho as negociações para converter parte de sua dívida externa com a Espanha. Segundo o secretário-executivo adjunto do MEC, Jairo Jorge, no dia 11 de julho haverá uma reunião entre Tarso Genro e autoridades espanholas para discutir a conversão de parte da dívida de US$ 25 milhões com a Espanha em recursos para a construção de 800 escolas em assentamentos rurais.